Catolé do Rocha - Paraíba

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Número de rinocerontes mortos por caçadores é recorde na África do Sul

O número total de paquidermes caçados neste país desde janeiro de 2013 alcançou o número de 946 em dezembro, segundo um comunicado do Ministério do Meio Ambiente.

A demanda, sobretudo vinda da Ásia, dos chifres de rinoceronte, apreciados como um símbolo de status econômico e erroneamente como balsamo afrodisíaco, tem causado a subida da matança destes animais.

No ano de 2007, foram relatados só 13 casos de rinocerontes caçados na África do Sul, mas desde então este número tem aumentado exponencialmente, comparou o relatório ministerial.

Foto: Care2
Foto: Care2

As estatísticas de 2012 registraram a morte de 668 grandes mamíferos, sendo assim o ano de 2013 apresentou a etapa mais mortífera para os rinocerontes africanos.

No entanto, o Ministério do Meio Ambiente informou que durante os últimos 11 meses foram efetuadas 330 detenções relacionadas a caça.

Sofisticadas organizações criminosas transnacionais estão usando o método de disparar contra os animais a partir de helicópteros para, em seguida, enviarem a localização do animal caído a outros grupos que se encarregam de retirar os chifres.

Um estudo da Universidade de North West concluiu que cerca de 300 caçadores vêm por ano a África do Sul, país que abriga 80% da população mundial destes animais, que ronda os 25 mil.

Há também os grupos terroristas africanos que utilizam a caça de animais selvagens para financiar suas operações, comprar armas e adquirir outros apetrechos militares, alertou uma organização ecologista do continente.

A ONG Elephant Action League (EAL) lembrou que os chifres de rinocerontes e o marfim extraídos dos incisivos de elefantes são vendidos em algumas regiões da Ásia a um preço muito superior ao do ouro ou da cocaína do mercado negro.

Uma investigação realizada pela EAL intitulada The White Gold of Jihad (o ouro branco da Jirad) confirma que 40% dos capitais ilícitos manejados por grupos como o Al-Shabaab provêm da caça nas pradarias africanas.

Uma guerra

O objetivo das autoridade sul-africanas é diminuir em 20% ao ano o número de rinocerontes caçados. Segundo o major-general Johan Jooste, que comanda a força-tarefa que combate a caça no Parque Nacional Kruger, “a guerra contra a caça ainda não foi vencida, mas podemos reduzir os números (…) É um processo em evolução”.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

O Parque Nacional Kruger tem dois milhões de hectares e faz divisa com Moçambique. É tido como o lugar em que a matança de rinocerontes se concentrava em maior número, com caças diárias. Segundo Jooste, a operação está sendo efetiva e, apesar de ser difícil visualizar (devido aos números recordes de mortes), o plano da África do Sul para coibir a caça está funcionando.

“A guerra contra a caça não pode ser vencida apenas em campo, as leis precisam seguir seu curso, assim como a perseguição aos grupos criminosos”, disse Jooste. Para ele, é necessário uma cooperação entre Africa do Sul e Moçambique, com ações que proíbam e previnam qualquer tipo de caça à animais selvagens.

Somente na África do Sul, vive 80% da população mundial de rinocerontes, estimada em cerca de 25 mil animais. Calcula-se que existam no Parque Nacional Kruger entre 8,5 mil e 9,5 mil rinocerontes, segundo uma contagem feita em 2012.

Fonte: ANDA

Nenhum comentário:

Postar um comentário