Catolé do Rocha - Paraíba

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Macaco-prego Chico morre aos 38 anos: 'perdi um filho', lamenta a dona

Macaco Chico morre aos 38 anos em São Carlos (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Macaco Chico morre aos 38 anos em São Carlos (Foto: Fabio Rodrigues/G1)


'Perdi um filho'. Essa é a frase que resume o sentimento de tristeza da aposentada Elizete Farias Carmona, de 71 anos, depois da morte do macaco-prego Chico na tarde desta sexta-feira (7), a caminho do veterinário, em São Carlos (SP). A relação de 38 anos, considerada de mãe e filho, ficou conhecida em todo país e gerou repercussão internacional quando ele foi retirado da dona pela Polícia Militar Ambiental, após uma denúncia. Eles ficaram separados durante 16 dias e uma liminar da Justiça obrigou o retorno do animal para Elizete, que adequou a casa para continuar com ele.

Ainda inconsolável, a aposentada recebeu a reportagem do G1 na calçada em frente à sua casa. (Confira o vídeo abaixo). De acordo Elizete, Chico ficou doente há dois dias e foi levado ao veterinário na quinta-feira (6). "Estava bem e ficou meio desanimado e amuado", disse. Na manhã desta sexta, ela levou ao retorno e ele medicado. "Ele pediu para voltar 17h30. No caminho, ele olhou para mim e deu um suspiro. Ele morreu no meu peito", disse emocionada.

A aposentada não conteve o desespero e chorou muito. "O veterinário disse que ele tinha ido embora mesmo. Ele estava bonito, gordinho. Eu achava que iria morrer antes dele. No fim eu fiquei e ele foi", lamentou. 

O corpo de Chico ficou no consultório veterinário e deve passar por necrópsia, que vai apontar a causa da morte. Elizete afirmou que quer enterrar o 'filho' no 'Recanto do Chico', local criado para que o animal pudesse retornar para a dona. "Ele foi muito amado. Nem quero ir no cantinho dele, porque me faz lembrar dele", afirmou.

Ainda não há previsão para o enterro do macaco. Elizete vai para Campinas no fim de semana para fazer exames no coração e deve ficar na casa dos filhos.

O caso

O animal foi entregue à Elizete em 1976 por um caminhoneiro amigo da família. Conhecido como Chico, o bicho foi retirado pela Polícia Militar Ambiental após denúncias, no dia 3 de agosto último. De acordo com a legislação, manter um animal silvestre sem a devida autorização é crime contra a fauna.

A separação do bicho da dona, divulgada pelo G1, ganhou repercussão internacional e internautas mobilizaram dois abaixo-assinados na web que pediam a volta da macaca. Os documentos on-line reuniram mais de 18 mil assinaturas. O caso foi divulgado no site do jornal norte-americano "The Washington Post", na BBC, Fox News, entre outros. A história também foi capa da revista Terra da Gente, do grupo EPTV, no mês de outubro.

Com a ajuda de um advogado, a família entrou na Justiça para tentar trazer o animal de volta durante o andamento do processo. O Ministério Público de São Carlos se comprometeu a acompanhar a adaptação do animal no novo lar no prazo de 60 dias. Uma decisão da juíza Gabriela Muller Carioba Attanasio determinou o retorno da macaco em até cinco dias após notificação à A Secretaria Estadual do Meio Ambiente. A notícia surpreendeu a dona, que até mudou o visual para receber o bicho. Chicovoltou para a dona 16 dias depois.

Uma das determinações da Justiça para que o macaco retornasse a São Carlos era que tivesse um espaço adaptado para ele. Com isso, o ‘Recanto do Chico’ foi inaugurado no dia 7 de setembro com direito à festa para vizinhos e amigos.

O local, com 14 metros quadrados, foi construído baseado em normas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e adaptado para ser montado nos fundos da casa de Elizete. O espaço conta com grades, puleiros, escadas e cipós para o animal poder se movimentar e ter um ambiente mais dinâmico.

Em novembro do ano passado, uma equipe do programa Animal Planet passou quatro dias na cidade para colher o material. O conteúdo será exibido neste ano no canal Discovery.

Durante os registros, foi possível constatar que o macaco é macho e não fêmea como divulgado em agosto pela Associação Protetora dos Animais (APA) de Assis (SP) para onde ele foi levado após ser retirado da família. Procurada, a ONG informou que o animal que saiu da sede era uma fêmea.

Macaco-prego foi criado por família de São Carlos durante 37 anos (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Macaco-prego Chico foi criado por família de São Carlos durante 38 anos (Foto: Fabio Rodrigues/G1)
Fonte: G1

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