Catolé do Rocha - Paraíba

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Burros são submetidos à intensa dor e sofrimento em olarias no Nepal

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Olarias de tijolos no Vale do Katmandu, no Nepal, são parte de uma cena perturbadora tão séria quanto a catástrofe ambiental que essas fábricas representam. Um cenário alarmante de tortura e abuso. As informações são do site Occupy for Animals.

Os fornos tradicionais são os poluidores número um de Katmandu, devido às emissões de dióxido de enxofre. Eles também são os segundos maiores poluidores de metais pesados e emissões de carbono (atrás apenas do escapamento de veículos). As fábricas de tijolo abusam dos recursos disponíveis ao remover solo fértil e extrair a preciosa água da superfície e abaixo dela. Mas há algo além disso.

Olarias geralmente operam longe da vista do público. Nenhum inspetor do trabalho faz alguma visita às vilas isoladas para monitorar os milhares de trabalhadores, e nenhum departamento do governo monitora os mais de mil cavalos, mulas e burros que são explorados para a construção de casas confortáveis para famílias abastadas.

O trabalho nas olarias é sazonal e atrai os mais pobres dos pobres. Apesar da moldagem de tijolos começar apenas em novembro, os trabalhadores contratados, ambos humanos e animais, começam cedo em agosto. Um estudo feito pela Chhimeki, uma ONG que trabalha com saúde e nutrição urbana, revelou que quase todos as pessoas que aceitam este trabalho vivem abaixo da linha de pobreza e sofrem de déficit de comida. Os trabalhadores vêm com suas famílias. Mulheres e crianças ajudam os homens na moldagem e secagem dos tijolos.

A instituição Concern for Children and Environment do Nepal estima que em torno de 60 mil crianças trabalham de 8 a 12 horas por dia em olarias por todo o país. Devido à longa jornada e ambiente pesadamente poluído, as crianças estão vulneráveis a doenças. Em torno de 85% delas que ficam com seus pais em fábricas de tijolos saem da escola. As suas condições de vida e de emprego facilmente qualificam como a pior forma de trabalho infantil.

As condições dos burros do Vale do Katmandu são tão graves quanto às das crianças. Cavalos, mulas e burros, trazidos de longe, de Nepalgunj, se tornam cada vez mais a espinha dorsal da produção deste produto, por serem responsáveis pelo transporte de 3 a 5 mil tijolos por dia. Não há leis que regem seu tratamento, e nenhum departamento governamental que represente suas necessidades.

Os equinos não recebem cuidados básicos como comida nutritiva, água, descanso, abrigo, e continuamente carregam peso demais, assim como são sobrecarregados e sofrem de desidratação. Machucados seguem sem tratamento; burros muito doentes são deixados para morrer. Os animais são espancados implacavelmente pelas pessoas que os manipulam, além de não serem protegidos contra as partículas de poeira, o que acarreta no desenvolvimento de pneumonias, infecções pulmonares e outras doenças. A maioria desses equinos apresentam feridas abertas e não tratadas nas costas. Um caso foi documentado em Lubhu, de uma mula que literalmente trabalhou até a morte e apresentava um trauma tão severo que suas vértebras da coluna estavam expostas.

Mula que foi explorada até que suas vértebras ficassem expostas
Mula que foi explorada até que suas vértebras ficassem expostas
A ONG Animal Nepal introduziu um programa de conscientização sobre os burros trabalhadores no distrito de Latipur, em 2008, onde conduzem acampamentos médicos, distribuem kits de primeiros socorros e educam os proprietários das fábricas. O instituto administra um santuário para equinos aleijados e doentes, e nos últimos anos, testemunharam incontáveis mortes de animais, pois a ajuda veio tarde demais; e os tutores tendem a considerar essas mortes como uma perda calculada.

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Para ajudar os consumidores a fazerem as escolhas certas, uma rede de ONGs de proteção ambiental, direitos das crianças e bem-estar animal se juntou para promover uma indústria produtora de tijolos responsável. Elas estão introduzindo um sistema de certificação que dará às fábricas um selo vermelho, laranja ou verde. Olarias com nenhuma consideração por leis trabalhistas, meio ambiente ou bem-estar animal ganham um selo vermelho; as que estão melhorando suas condições ganham um laranja, enquanto que as que têm boas condições recebem um selo verde.

Entre as fábricas responsáveis estão a Vertical Shaft Brick Kilns (VSBK). Essas fábricas tomam conta do meio ambiente tão bem quanto das pessoas. Os trabalhadores são empregados durante o ano inteiro e as fábricas têm centros de cuidado para crianças, alojamento apropriado, água potável, banheiros e acesso a cuidados médicos e educação. As Olarias da VSBK não exploram animais.

Assine aqui a petição contra a exploração de equinos no Nepal.

Fonte: ANDA

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